segunda-feira, 26 de abril de 2010

projecto tudo jóia (II)


Carolina Beatriz Ângelo nasceu na Guarda em 1878, e licenciou-se em Medicina em 1902. Pertenceu ao Comité Português da Associação Feminina Francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes, um grupo que pretendia a resolução dos conflitos internacionais através de uma arbitragem exclusivamente feminina. Já viúva quando se deu a revolução de 5 de Outubro de 1910, e dirigente da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, Carolina Beatriz Ângelo conciliou os seus ideais sufragistas com o novo regime republicano e votou nas primeiras eleições de 1911. A lei de então dizia que podia votar todo o cidadão maior de idade (21 anos), que soubesse ler e escrever e fosse chefe de família. Por isso, a 28 de Maio de 1911 ela foi a primeira mulher a votar nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, acto que mereceu a cobertura de jornais de toda a Europa. Após este episódio, os republicanos alteraram a lei que passou a ditar que só poderiam votar os cidadãos do sexo masculino. A capacidade eleitoral só vem a ser atribuída às mulheres em 1931, com determinadas exigências de habilitações literárias e, finalmente, após o 25 de Abril de 1974 foram abolidas todas as restrições.

Esta «jóia» do sufragismo português e europeu foi alvo de uma homenagem feita pela associação UMAR no passado dia 16, quando uma árvore foi plantada em nome dela no parque da Bela Vista, em Lisboa.

Sem comentários:

Enviar um comentário